sábado, 26 de janeiro de 2008
Ontem às onze fumaste um cigarro
encontrei-te sentado
ficámos para perder todos os teus eléctricos
os meus estavam perdidos por natureza própria Andámos dez quilómetros a pé ninguém nos viu passar excepto claro os porteiros
é da natureza das coisas ser-se visto pelos porteiros
Olha como só tu sabes olhar a rua
os costumes o público
o vinco das tuas calças está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas nisso
Não faz mal
abracem-me os teus olhos de extremo a extremo azuis vai ser assim durante muito tempo decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes não te importes muito nós só temos a ver com o presente perfeito corsários de olhos de gato intransponível maravilhados maravilhosos únicos nem pretérito nem futuro temo
estranho verbo nosso
Mário Cesariny
http://www.youtube.com/watch?v=ExyRMqX8eOA&feature=related
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